CHARLES MÖELLER E CLAUDIO BOTELHO CELEBRAM JUDY GARLAND EM NOVO ESPETÁCULO

‘Judy Garland – O Fim do Arco-Íris’ retrata os últimos seis meses de vida da estrela

A vida de Judy Garland (1922 – 1969) foi certamente mais dramática e acidentada que as inúmeras personagens e canções imortalizadas por ela em filmes, shows e discos. A intensidade sempre deu o tom de sua trajetória, desde o precoce início de carreira, ainda criança, à decadência dos últimos anos de vida, passando pelo avassalador sucesso juvenil em ‘O Mágico de Oz’, uma série de casamentos fracassados e a dependência química.  ‘Judy Garland – O Fim do Arco-Íris’ não é uma biografia musical nem tem a intenção de contar a história da estrela, mas flagra os bastidores de sua última turnê, em Londres, entre momentos no palco e em um quarto no Hotel Ritz, onde se hospedava com Mickey Deans, que viria a ser seu quinto marido.  Antes mesmo de chegar à Broadway – onde aporta em março – o texto, do inglês Peter Quilter, ganha versão brasileira com a assinatura de Charles Möeller e Claudio Botelho. A montagem entra em cartaz dia 11 de novembro no Teatro Fashion Mall, com Claudia Netto, Gracindo Junior e Igor Rickli no elenco e produção da Aventura Entretenimento.

A estreia não deixa de ter um sabor de túnel do tempo para Claudio Botelho, Claudia Netto e Charles Möeller. No início da década de 90, eles apresentavam uma série de shows intimistas em homenagem a grandes nomes do teatro musical americano, o que viria a ser uma espécie de embrião do tão falado renascimento do gênero no Brasil. Entre eles, estava ‘Fred e Judy’, em que Claudio e Claudia interpretavam Fred Astaire e Judy Garland, com figurinos de Charles. Vinte anos, 26 bem-sucedidos musicais e um milhão de espectadores depois, a dupla volta a celebrar a diva e retoma a parceria com Claudia Netto, da mesma forma que tudo começou. 

‘Brinco que estamos vivendo nosso ‘momento Oz’. É como se nós, que nos amamos há muito tempo e que nos afastamos por motivos diversos, estivéssemos nos encontrando novamente na estradinha de tijolos amarelos que leva a Oz’, diz Botelho, que recebeu o convite da estreia mundial da peça, em Londres, e comprou seus direitos antes mesmo da primeira apresentação. A temporada londrina foi um sucesso coroado por múltiplas indicações a prêmios e uma plateia invariavelmente lotada e ávida por clássicos como ‘The Man That Got Away’ e a indefectível ‘Over The Rainbow’. 

No palco

 ‘Judy Garland – O Fim do Arco-Íris’ marca ainda o retorno de Charles Möeller e Claudio Botelho a uma montagem mais enxuta, depois das superproduções ‘Hair’, ‘Gypsy’, ‘Um Violinista no Telhado’ e ‘As Bruxas de Eastwick’.  Em cena, apenas três personagens: Judy (Claudia Netto), Mickey Deans (Igor Rickli), que viria a ser seu quinto marido, e o pianista gay Anthony (Gracindo Jr). Inspirado em uma série de músicos e fãs que acompanharam a carreira da diva, Anthony é o único personagem fictício do texto. ‘É como se ele fosse a soma de todos os gays que idolatravam Judy e sempre estavam por perto, cuidando dela’, conta Möeller.

Ator de larga e eclética trajetória, Gracindo – que participou, inclusive, da remontagem do musical ‘Brasileiro Profissão Esperança’, ao lado de Bibi Ferreira – faz seu primeiro trabalho com a dupla. Já Igor Rickli repete a experiência, depois de colher elogios em sua estreia profissional como Berger, o protagonista de ‘Hair’. Desta vez, porém, eles não vão cantar. Os números musicais ficarão somente com Claudia Netto, que vem estudando o repertório de Judy desde o início do ano.

Além do imenso desafio vocal, Claudia Netto enfrentará a instabilidade emocional da personagem, sempre à beira do abismo, mas sem nunca perder a auto-ironia e o humor ácido. ‘Ela tratava as letras das canções com muita emoção, às vezes uma emoção excessiva, o que toca profundamente toda esta legião de fãs do mundo inteiro. A peça aborda um momento artístico muito intenso, em que vivia uma espécie de morte anunciada, similar ao que aconteceu com Amy Winehouse recentemente’, analisa Botelho.

O maestro Marcelo Castro assina a direção musical e comanda uma banda de seis músicos que acompanhará Claudia ao vivo em onze números musicais, a maioria no palco da boate Talk of The Town, em Londres, onde realizou aquela que seria a sua última temporada de shows. O roteiro contempla canções como ‘For Once in My Life’, ‘That’s Entertainment’, ‘The Trolley Song’ e ‘How Insensitive’, versão em inglês de ‘Insensatez’ (Tom Jobim / Vinicius de Moraes).

Toda a atmosfera da época será recriada pelo premiado time de colaboradores que vem trabalhando nos últimos anos em espetáculos de Möeller & Botelho: Marcelo Pies (figurinos), Rogério Falcão (cenografia), Paulo Cesar Medeiros (iluminação) e Beto Carramanhos (visagismo).

Judy Garland, um resumo

Frances Ethel Gumm nasceu em 1922 e viraria Judy Garland alguns anos mais tarde, depois de estrear em um grupo vocal ao lado das irmãs e ser contratada pela Metro Golden Mayer (MGM). No famoso estúdio, Judy conheceria a fama e se tornaria a artista mais rentável do mundo após o sucesso mundial de ‘O Mágico de Oz’, filme em que imortalizou a personagem Dorothy aos 14 anos.

Em oposição ao mundo de fantasia das telas, a vida da jovem estrela já era marcada por sérios problemas: o estúdio a obrigava a fazer uma dieta à base de anfetaminas, o salário miserável era justificado por sua forma física e a própria mãe contribuía para sua exploração. Com o passar do tempo, Judy continuou no topo do sucesso ainda que sua vida pessoal estivesse cada vez mais conturbada e a falta de auto-estima e autonomia só crescessem.

De uma série de casamentos fracassados, ela teve três filhos, entre eles, Liza Minelli, fruto da união com o cineasta Vincent Minelli. Com Sid Luft, teve Lorna e Joey. Após o fim da carreira cinematográfica, estrelou temporadas esgotadas em lugares como o Carnegie Hall, o Palace e uma série de teatros importantes mundo afora. A instabilidade emocional detonou um processo que culminou com a decadência artística, o total endividamento e o vício crescente em remédios e bebidas. Mickey Deans, seu quinto marido, a encontrou morta após uma overdose de medicamentos em 22 de junho de 1969, aos 47 anos.

Aventura Entretenimento

São muitas emoções e realizações nas mais de 1500 apresentações dos espetáculos ‘A Noviça Rebelde’, ‘7 – O Musical’, ‘O Despertar da Primavera’, ‘Gypsy’, ‘Hair’ e ‘Um Violinista no Telhado’, além dos infantis produzidos pela Aventurinha: ‘Charlie e Lola’ e ‘Peixonauta’, assistidos por mais de um milhão de espectadores.

Em busca de novas aventuras e com o objetivo de ampliar o mercado e popularizar o tema, a Aventura vai levar o mundo dos musicais para a Sapucaí, em uma parceria inédita com a Escola de Samba São Clemente. Em 2012, o sambódromo carioca será o cenário para que os musicais se tornem o tema do maior espetáculo a céu aberto do planeta: o carnaval. ‘Uma Aventura Musical na Sapucaí’ será o enredo da tradicional escola de samba.

Com esse amadurecimento, a Aventura Entretenimento busca ainda novos desafios e, em parceria com o empresário Marcelo Castello Branco, nasce a Aventura Inventa, empresa irmã da Aventura Entretenimento, criado para inventar novos negócios.

No forno novos espetáculos em 2011 e 2012: Depois de ‘Judy Garland – O Fim do Arco-Íris’, vem aí ‘O Mágico de Oz’, ‘Veronica ou 13’, musical autoral de Charles Möeller e Claudio Botelho, ‘Rock in Rio, o musical’, espetáculo com as canções mais famosas que passaram ao longo dos 26 anos do evento.

Emocionar o público no Brasil e no mundo, cantando e dançando as muitas trilhas sonoras de nossas vidas – ESTA É A NOSSA AVENTURA!